de medicação endovenosa (na veia), realizada na sala de medicação-dia, trouxe impacto econômico e humano positivos. Realizando o atendimento ambulatorial no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o serviço favorece a desospitalização, aumentando o giro de leitos e otimizando o uso dos recursos públicos.
Em apenas dois anos e seis meses foram realizados 12.150 atendimentos, liberando 8.862 leitos-dia, o que resulta em uma economia de cerca de R$ 62 milhões para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Idealizadora do projeto, a médica infectologista Heloisa Ravagnani explica que a iniciativa surgiu da necessidade do giro de leitos em alguns setores do hospital, em especial naqueles onde havia pacientes que ficavam internados apenas pela necessidade de aplicação de antibióticos. A medida logo foi apoiada pela gestão local.
“Inicialmente, fizemos este trabalho visando o pronto-socorro e a Ortopedia, porque os pacientes ficavam internados só para tomar antibiótico. A ideia era realizar a visita na Ortopedia para diagnosticar os pacientes estáveis que poderiam tomar o medicamento oral, liberando o leito para aqueles que viessem do pronto-socorro, aumentando a rotatividade de leitos”, explica a superintendente da Região de Saúde Sudoeste, Lucilene Florêncio.
“Com uma sala de medicação de atendimento ambulatorial, o paciente não precisa mais dar entrada no pronto-socorro, passar pela classificação de risco, ganhar uma classificação verde ou azul e ser atendido depois de diversas horas”, acrescenta Heloisa Ravagnane.
RESULTADOS – Nesses dois anos de atividades, foram realizados 12.150 atendimentos, sendo que, desses, 8.684 foram destinados ao recebimento de antibióticos. O segundo medicamento mais procurado foi o Noripurum (reposição de ferro), com 1.482 atendimentos.
“Posso dizer que foram 12.150 fichas de pronto-socorro a menos, porque esses pacientes já não passam mais pelo médico como antes. Ou posso fazer um cálculo, por exemplo, quando um leito de UTI é judicializado e o paciente vai para um hospital privado e o custo gira em torno de R$ 7 mil. Se, para antibiótico, eu usei esse tanto de atendimento (8.684), e se eu fizer essa multiplicação, teremos R$ 62 milhões economizados no período. Só com uma salinha e com os funcionários”, calcula Heloisa.
De acordo com a médica, os valores pagos pelo Ministério da Saúde, tabelados, chegam a aproximadamente R$ 0,62 por medicação, seja antibiótico ou dipirona. Com isso, para calcular os valores economizados com a implantação da sala de medicação, Heloisa considerou algumas possibilidades.
Inicialmente pensada para atender à demanda de aplicação intravenosa de antibióticos, a sala de medicação-dia ampliou, ainda no primeiro mês, a oferta de medicamentos, possibilitando que também as unidades básicas de saúde da região pudessem encaminhar os pacientes diretamente para tomar a medicação necessária. Agência Saúde