Brasília dia 29 abril 2021 Jornal Mangueiral DF, Joel Matos.
A união de gestores dos governos local e federal tornou possível a inauguração da Unidade de Detenção Provisória Desembargador George Lopes Leite, nesta quinta-feira (29). A obra, que teve início em 2015 e ficou parada após imbróglio judicial, foi concluída graças ao esforço da atual gestão do Governo do Distrito Federal (GDF).
“A entrega desse prédio significa muito. O sistema penitenciário é muito cruel. Sabemos a importância dos advogados na pacificação desse sistema”
O complexo prisional tem capacidade para 3,2 mil internos e reúne, em um só espaço, quatro centros de detenção provisória. Durante a inauguração, o governador Ibaneis Rocha lembrou do empenho para que a obra, com investimentos de R$ 126 milhões, fosse finalizada.
“Avançamos na construção desse prédio, que era uma obra inacabada e que tinha tudo para ser um problema sem solução, mas nós conseguimos concluir, assim como muitas coisas aqui no DF que estavam sem solução há muito tempo”, recordou o chefe do Executivo local.
Ibaneis pontuou que as novas instalações na Papuda serão ainda mais importantes. “Vão levar dignidade para os servidores do sistema penitenciário e ainda humanizar a relação com os detentos”, destacou. “A entrega desse prédio significa muito. O sistema penitenciário é muito cruel. Sabemos a importância dos advogados na pacificação desse sistema”, afirmou.
“Precisamos parar de encaixotar pessoas. Precisamos trabalhar essas pessoas. O momento é oportuno”
Também nessa linha, o secretário de Administração Penitenciária, Agnaldo Curado, destacou a infraestrutura do local. “O Centro de Detenção Provisória que inauguramos hoje é uma unidade moderna onde a gente terá condições de trabalhar melhor a ressocialização do interno e dar maior qualidade de vida e de trabalho aos policiais penais”, afirmou. “Posso dizer que é a maior obra dos últimos anos construída aqui no Distrito Federal dentro do sistema penitenciário”, disse.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e a diretora-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Tânia Maria Fogaça, reforçaram as palavras do gestor do complexo. “Nossa satisfação é muito grande em ver a materialização [do projeto] e ver que o sistema prisional sabe onde quer chegar”, disse Tânia. “As novas estruturas vêm sendo pensadas na humanização, não só dos servidores que trabalham, mas, também, das pessoas que ficarão ali com a privação de liberdade”. O ministro, por sua vez, ressaltou: “Precisamos parar de encaixotar pessoas. Precisamos trabalhar essas pessoas. O momento é oportuno”.
Homenagem
O nome da penitenciária é uma homenagem ao desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), George Lopes Leite, que atuou por muitos anos na Vara de Execuções Penais (VEP). No tribunal, ele integrava a 1ª Turma Criminal. O magistrado faleceu em março deste ano, aos 70 anos, em decorrência da covid-19.
“Tenho um carinho muito especial pelo desembargador George, era um amigo muito querido”, declarou o governador Ibaneis Rocha. “Sempre que podíamos, nos encontrávamos. Essa homenagem é mais do que devida pelo carinho que temos por ele e pela figura pública do desembargador George Lopes.”
Em seu discurso, o desembargador Roberval Belinati, do TJDFT, fez questão de lembrar da convivência com o colega de magistratura. “Foi um dos grandes juízes da República, sem falar da sua vida acadêmica como professor universitário”, relatou. “Tive a honra de conviver com o desembargador desde 1977, quando fomos colegas no Centro Universitário de Brasília. Ele sempre revelou sua paixão pela área criminal. Juiz humano, juiz bondoso, juiz simpático; eram elogios frequentes que costumava receber de advogados”, afirmou.
Também participaram da cerimônia o deputado distrital Reginaldo Sardinha, o deputado federal Júlio César Ribeiro e os secretários José Humberto Pires (Governo) e delegado Júlio Danilo (Segurança Pública), entre outras autoridades.