O acordo de delação dos diretores da joalheria H.Stern, apontando como
fundamental para a investigação da operação Hashtag (desdobramento da
Lava Jato), que prendeu nesta sexta-feira (3) o banqueiro Eduardo Plass e duas sócias, mostrou que o ex-governador Sergio Cabral e a mulher dele, Adriana Anselmo, lavaram pelo menos R$ 6,5 milhões em joias.
Foram anéis, colares, alianças, pulseiras, braceletes, pingentes,
cordões e pares de brincos comprados em dinheiro vivo e sem a emissão de
nota fiscal.
“De acordo com a documentação encaminhada pelas próprias joalherias, no
período de 2000-2106, SÉRGIO CABRAL e membros da organização criminosa
adquiriram um total de pelo menos R$ 6.562.270,00 de joias em dinheiro
vivo e sem nota fiscal nas joalherias H. STERN e ANTONIO BERNARDO”, diz o
MPF (Ministério Público Federal).
Anel de R$ 600 mil
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) gastou R$ 1,372 milhão em quatro anéis e um colar da H. Stern, entre 2013 e 2015.
Entre as joias estão um colar de ouro nobre 18k com diamante, avaliado
em R$ 81 mil, um anel de ouro nobre 18k com diamante, de R$ 30 mil, um
anel de ouro amarelo 18k com rubi, de R$ 600 mil, um anel de ouro branco
18k com Brilhante Solitário, R$ 319 mil, e um anel de ouro branco 18k
com esmeralda, R$ 342 mil.
No ano passado, a PF (Polícia Federal) apreendeu cerca de 10 joias que
seriam da ex-primeira-dama do Estado do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo,
mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Defesa
À época da delação dos diretores da joalheria, o advogado de Adriana
Anselmo, Alexandre Lopes, disse que “A defesa de Adriana Ancelmo lamenta
que diretores de uma empresa do porte da H. Stern venham a juízo faltar
com a verdade, a fim de manterem seus prêmios obtidos com delações em
que inventam fatos. Ficou claro, inclusive, que apresentaram
certificados de joias ao juízo que não correspondem à realidade,
indicando sem base Adriana como compradora”.