A Secretaria de Saúde do Distrito Federal incluiu 141 novas orientações farmacêuticas, para administração de medicamentos injetáveis, no sistema de prescrições Trackcare, utilizado pelos hospitais da rede pública. A ideia é aumentar a qualidade da manipulação dos fármacos e, consequentemente, elevar a efetividade dos remédios e a segurança dos pacientes.
As novas inserções somam-se a outras 82 já implantadas para antibióticos e 149 para aprazamento, que é o melhor horário para prescrição e a interação com alimentos consumidos pelo paciente. Com isso, já são 372 fármacos com orientações no portal da Secretaria de Saúde do DF.
“Quando um médico prescreve um medicamento no sistema, automaticamente, aparecem as orientações farmacêuticas, entre elas, quais são as vias de administração autorizadas, possíveis diluentes e estabilidade do medicamento em cada diluente”, esclareceu o farmacêutico da Diretoria de Assistência Farmacêutica (Diasf), Lucas Magedanz. Outras informações também podem ser consultadas, como as considerações importantes de acordo com cada fármaco.
Magedanz enfatizou que, com essa iniciativa, os profissionais consultam as orientações de maneira prática e rápida, dispensando os manuais. “Como as recomendações aparecem automaticamente na prescrição, o profissional que aplica o medicamento já visualiza todas as informações sempre que for fazer a administração, evitando a ocorrência de erros”, reforçou.
ENTENDA – O cálculo da estabilidade indica por quanto tempo o fármaco não sofrerá alterações após a produção e armazenamento. Com isso, uma dose preparada anteriormente pode ser usada em seguida, evitando o desperdício.
A administração de remédio correta contribui para reduzir o tempo de internação e os custos. “Conseguimos oferecer subsídio para que os profissionais realizem sua tarefa com maior segurança, respaldados por informações técnicas atualizadas, que podem ser facilmente consultadas na própria prescrição”, ressaltou.
INJETÁVEIS – Os medicamentos injetáveis são aqueles administrados pela via parenteral, como pelas veias (intravenosa) ou intramuscular. “Caracteristicamente, esses medicamentos possuem um risco associado maior, seja por exigir uma técnica de administração séptica para evitar infecção, seja por terem uma ação mais rápida, o que eleva o risco de eventos adversos”, explicou o farmacêutico.
Segundo ele, a dosagem entra muito mais rápido no organismo. “Esses remédios, geralmente, exigem uma manipulação prévia para administração. Não são como comprimidos, simplesmente retirados da embalagem e ingeridos”, ressaltou.
Além disso, os medicamentos injetáveis têm uma série de características que exigem cuidados especiais na diluição, concentração mínima e máxima, necessidade de fotoproteção, tempo de infusão, monitorização, entre outros.
Ailane Silva, da Agência Saúde