O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (17) que um dos motivos para a queda de qualidade do ensino nas escolas brasileiras foi a perda de autoridade e disciplina por parte dos professores, algo que os colégios com formação militar ainda mantêm.
Para Bolsonaro, a qualidade do professor é boa em todas as escolas públicas, mas o que tem feito diferença no resultado é a falta de disciplina e hierarquia.
“Não tem nada a ver com a qualidade do professor, mas é que perdeu-se ao longo do tempo a possibilidade do exercício da autoridade por parte do mestre“, disse Bolsonaro em discurso durante a inauguração de uma escola para famílias de policiais militares em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O colégio foi batizado com o nome do falecido pai de Bolsonaro, Percy Geraldo Bolsonaro.
Voltada para a formação de filhos de PMs, a escola pode ser, segundo Bolsonaro, um novo modelo de educação no Brasil, citando casos já adotados por Estados como Amazonas e Goiás.
Ele afirmou que é preciso priorizar a educação e lembrou que o Brasil investe “quase nada“ em ciência e inovação.
“Quem não tem uma base sólida nesses quesitos está condenado a ser escravo de quem os tem”, disse ele, reiterando a necessidade de se explorar, por exemplo, o grafeno, material produzido a partir do grafite com importantes propriedades físicas.
Bolsonaro reiterou o desejo de repensar a demarcação de terras indígenas no país, e voltou a falar na possibilidade de exploração racional da reserva Raposa Serra do Sol.
“Área mais rica do mundo. Você tem como explorar de forma racional. E no lado do índio dando royalties e integrando o índio à sociedade”, finalizou.
O presidente eleito também tornou a criticar a ideologia de gênero que, segundo ele, foi implantada nas escolas públicas brasileiras. “Isso é uma negação a quem realmente acredita no ser humano, ou se nasce homem ou se nasce mulher”, afirmou.
Bolsonaro visitou a escola acompanhado pelo filho Flávio Bolsonaro, deputado estadual e senador eleito, além de autoridades locais, e não quis falar sobre os casos de movimentações atípicas de recursos no gabinete do parlamentar fluminense.