No próximo domingo (14), Brasília receberá a 22ª Parada do Orgulho LGBTs. O evento é importante para reflexão e consciência em que todos são incentivados ao sexo com responsabilidade, independente da parceria. O preservativo ainda é o método de prevenção mais utilizado e extremamente eficaz. Por isso, serão distribuídos durante o evento, junto com orientações sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
“No entanto, trabalhamos com o conceito de prevenção combinada. Temos disponíveis alguns métodos como testagens regulares, preservativos, uso de gel, tratamento as ISTs e profilaxia pré e pós exposição. A ideia de prevenção combinada é adequar a cada indivíduo”, explica a médica da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Carina Matos.
Os preservativos estão disponíveis nas unidades básicas de saúde e no Centro de Testagem e Aconselhamento, na Rodoviária do Plano Piloto, durante o ano inteiro. Além deles, o gel lubrificante é importante na prevenção de IST e também está disponível gratuitamente no SUS. “As testagens disponíveis, hoje, para IST são HIV, sífilis, Hepatites B e C e podem ser feitas nas UBS e no CTA”, frisa Carina Matos.
PROFILAXIA – A Secretaria de Saúde oferece dois tipos de profilaxia. Uma delas, a pós-exposição, oferece medicamentos que devem ser utilizados após uma situação de risco de infecção pelo HIV, como: sexo consentido sem preservativo, violência sexual, acidente de trabalho, por exemplo. Em 2019, de janeiro a abril, foram disponibilizadas 905 profilaxias.
No caso da profilaxia pré-exposição (PrEP), usa-se o medicamento regular por quem não tem a infecção pelo HIV mas tem um risco de exposição aumentado, como por exemplo, profissionais do sexo e pessoas que têm relacionamento com quem tem a doença.
Em 2019, até junho, a PrEP está com quase 500 pessoas inscritas no programa e fazendo uso regular. “Ainda está em projeto piloto, mas com duas unidades no DF que possuem, o Hospital Dia e o HUB”, destaca Carina.
VULNERABILIDADE – Segundo a médica, há uma preocupação constante em conseguir que determinados segmentos, chamados populações prioritárias, tenham maior acesso ao serviço de saúde, pois apresentam vulnerabilidades aumentadas devido à situação de vida ou contextos históricos, sociais e estruturais: jovens, população negra, indígenas e pessoas em situação de rua.
“Temos o ambulatório trans e o Centro de Atenção Psicossocial da diversidade. Também realizamos oficinas, palestras e coordenações para prevenção, tratamento e controle de infecções sexualmente transmissíveis”, complementa.
Segundo dados preliminares, foram registrados, em 2018, 940 casos novos de HIV e aids. Nos últimos anos, observa-se aumento no número de casos nos jovens de 15 a 19 anos e pessoas maiores de 60 anos.
Os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram o crescimento de casos de IST (principalmente HIV e Sífilis) entre a população como um todo, inclusive do público LGBTI+.
A sífilis também se mostra em nível preocupante. Em 2018, foram notificados 1.841 casos novos de sífilis adquirida. Segundo Carina Matos, o número de casos vem aumentando no DF, refletindo o quadro do Brasil.
TRATAMENTO – Uma vez adquiridas as doenças, é importante fazer o tratamento. No caso da sífilis, é feito com antibióticos, na própria unidade básica de saúde. Em casos de HIV, o tratamento é feito com antirretrovirais, em serviços de atenção especializada (confira endereços).
Outras informações sobre ISTs podem ser obtidas no site da Secretaria de Saúde.
PARADA – A Parada Gay de Brasília, que é considerada uma das maiores do Brasil, será comemorada em 14 de julho, a partir das 14 horas, sendo a concentração em frente ao Congresso Nacional. Em 2018, a manifestação reuniu mais de 100 mil pessoas.
O tema será “Stonewall 50. Beijo livre 40. Resistência e conquistas”. Em 2019 completa-se 50 anos da Revolta de Stonewall, episódio ocorrido em Nova York em 1969, no qual clientes do bar Stonewall Inn se rebelaram contra a repressão sofrida por LGBT na cidade. O ato marcou o movimento LGBT moderno.