ressurgimento do sarampo no Brasil, em especial, em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Bahia) fez a vigilância à doença aumentar no Distrito Federal. Por aqui, nenhum caso foi confirmado. Porém, no último final de semana, cinco casos entraram em investigação, todos eles vinculados a São Paulo.
A investigação preliminar ocorre, preferencialmente, 48 horas após a notificação. Ela é realizada pela equipe de saúde das regiões de referência da unidade de notificação, com entrevista dos casos suspeitos e de seus contatos, e coleta de exames laboratoriais.
A resposta sai entre sete e 60 dias, dependendo do resultado inicial, ou seja, em caso de positivo, uma nova amostra é enviada a um laboratório de referência do Ministério da Saúde.
“Alertamos, mais uma vez, para a necessidade de a população manter sua situação vacinal atualizada, lembrando que a vacina contra o sarampo se encontra disponível nas unidades básicas de saúde”, recomenda a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar, Renata Brandão.
Segundo ela, o sarampo é uma doença contagiosa, de alta transmissibilidade. E pode alcançar adultos e crianças, com risco de complicações graves e até de evolução para óbito, reforça a gerente.
SINTOMAS – Renata explica que é suspeito de ter sarampo todo indivíduo que apresenta febre e manchas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite, independentemente da idade e da situação vacinal.
“Caso a pessoa possua esses sintomas, deve procurar a unidade de saúde mais próxima e informar ao profissional sobre os sintomas e/ou se teve contato com algum caso suspeito. Devido à doença ser altamente contagiosa – estima-se que uma pessoa doente transmita o vírus para outras 18 –, recomenda-se que os casos suspeitos evitem deslocamentos desnecessários”, alerta.
ESQUEMA – Todas as salas de vacina do DF estão preparadas para fazer a imunização. A Tríplice viral (caxumba, sarampo e rubéola) é aplicada aos 12 meses de vida. A tetra viral, que protege também contra a varicela, é aplicada aos 15 meses.
As pessoas com idade entre um ano e 29 anos, que não foram vacinadas anteriormente, ou que não têm como comprovar se já foram imunizadas, recebem duas doses da Tríplice viral, com intervalo de 30 dias entre elas. Quem tem entre 30 a 49 anos recebe apenas uma dose.
Pessoas maiores de 50 anos não precisam se vacinar. Todos os profissionais de saúde, independentemente da idade, devem receber as duas doses da Tríplice viral.
“Se a pessoa já tiver recebido as duas doses da vacina Tríplice viral, ou uma dose Tríplice viral e uma da Tetra viral, comprovadamente no cartão de vacinação, não precisa tomar mais nenhuma dose”, observa Renata. Ela recomenda que toda a população esteja com sua situação vacinal atualizada. Isso pode ser verificado pela análise do cartão ou caderneta de vacina.
Renata destaca, ainda, que devem ser imunizadas o quanto antes as pessoas que estejam em contato direto com possíveis transmissores do vírus, como profissionais de saúde, funcionários do setor hoteleiro e do turismo em geral, trabalhadores de empresas de transportes aéreos e terrestres, entre outros. “Aqueles que irão viajar para os estados com mais casos da doença devem tomar a vacina 15 dias antes”, complementa.
Se for identificado algum viajante com os sintomas da doença, é necessário reportar o caso ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do DF (Cievs). Os contatos são feitos pelo e-mail cievsdf@gmail.com ou pelos telefones 99221-9439 ou 2017-1145, ramal 8323.