Cultura dos bororos do Centro-Oeste é tema de mostra virtual

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Rituais de funeral dessa importante etnia são destaque na exposição

Brasília dia 19 outubro 2021 Jornal Mangueiral DF.

230Número aproximado de povos indígenas existentes no Brasil

Com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAP-DF), pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram um projeto de divulgação científica para o Museu Virtual de Ciência e Tecnologia sobre a cultura indígena dos bororos.

Campanha CLDF
Campanha-CLDF

A pesquisa Bororo Vive deu origem à exposição virtual Funeral Bororo, que tem abordagem antropológica e o intuito de dar mais visibilidade à cultura indígena. O Brasil tem cerca de 230 povos indígenas que falam 180 línguas. Cada etnia tem sua identidade, rituais, modo de vestir e de se organizar, e todas enfrentam graves problemas de subsistência.

O termo bororo significa, na língua nativa boe wadáru, “pátio da aldeia”, o que remete à tradicional disposição circular das casas de suas aldeias, formando um pátio central que é o espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial. Os índios dessa etnia habitavam toda a região Centro-Oeste do Brasil, mas atualmente estão confinados em reservas, especialmente no Mato Grosso.

Com projeto coordenado pelo pesquisador Lúcio Teles, a mostra virtual foi montada a partir de um portal que contextualiza a situação dos bororos no Brasil. As seções mostram a história e a evolução de sua ocupação do território do Centro-Oeste, com imagens, vídeos e textos explicativos.

Ritos de passagem

“O museu virtual vem levando adiante sua missão de promover a ciência e a tecnologia junto ao grande público, nas mais diversas áreas do conhecimento”Lúcio Teles, pesquisador

O estudo foi elaborado em duas dimensões diferentes: Desenvolvimento dos aspectos geográficos, culturais, pesquisas antropológicas e Fotografias dos cerimoniais, rituais e cotidiano da tribo. A pesquisa revela a forte presença dos rituais na construção da identidade e da cultura dessa etnia. Os ritos de passagem, eventos em que os indivíduos migram de uma categoria social a outra, têm destaque entre as cerimônias, como as de nominação, iniciação e funeral.

O objetivo da mostra é divulgar e compartilhar a cultura indígena brasileira, especialmente entre estudantes e professores, em um trabalho aliado à tecnologia. Além do enfoque na área da fotografia, a exposição on-line contempla interesses das áreas de sociologia, história e geografia.

Essa produção integra o acervo do Museu Virtual de Ciência e Tecnologia da UnB, plataforma que conta com outras cinco mostras virtuais ativas e cinco exposições previstas. Entre essas, uma sobre o cerrado e outra sobre os 50 anos de Brasília. “O museu virtual vem levando adiante sua missão de promover a ciência e a tecnologia junto ao grande público, nas mais diversas áreas do conhecimento”, resume o pesquisador Lúcio Teles.  Com informações da Fundação de Amparo à Pesquisa do DF