Cine Brasília recebe 10ª edição do Lobo Fest

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De 27 de novembro a 4 de dezembro, festival exibirá mais de 200 curtas-metragens nacionais e internacionais
Com tema “Cinema do Presente”, o Lobo Fest – Festival Internacional de Filmes realiza sua 10ª edição entre 27 de novembro e 4 de dezembro no Cine Brasília. O evento brasiliense foca sua lente no formato curta-metragem, com uma seleção variada que privilegia as novas linguagens e experimentações audiovisuais para potencializar o conteúdo produzido fora do circuito comercial. Toda a programação é gratuita, com patrocínio e apresentação do Banco do Brasil, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC).
A cerimônia de abertura, dia 27, a partir das 19h, contará com performance de Vicent Moon da versão musical ao vivo do seu longa-metragem “Híbridos, Os Espíritos do Brasil”. Desenvolvido com Priscilla Telmon ao longo dos últimos quatro anos, o projeto retrata diversas manifestações religiosas no país, desde crenças afro-brasileiras até o Santo Daime, Espiritismo e outros. Enquanto projeta imagens do seu longa, Moon toca instrumentos, canta e cria uma ponte cultural com músicas sagradas no Brasil e no mundo. Após a sessão, a banda A Engrenagem comandará a trilha sonora da abertura com uma animada junção instrumental de jazz e música brasileira.
O festival Lobo Fest conta este ano com mais de 200 produções cinematográficas de 53 nacionalidades dos cinco continentes, incluindo expoentes das produções nacionais e cinematografias de nações que ainda não tem o reconhecimento internacional do seu mercado audiovisual. Em 2018, a programação do Lobo Fest está dividida em mostra competitiva nacional e internacional, que conta com curtas premiados recentemente em festivais de renome como Cannes, Locarno, Clermont-Ferrand e Annecy, com produções concorrendo a troféus do festival e prêmios.
Além das competições, somam-se as mostras e exibições temáticas: Lobinho, Meu pé de laranja lima, e De boa na lagoa, voltados para crianças; Cinema, Presente! e Radar, em sintonia com o que está pulsando no mundo de hoje; Do outro lado do espelho, com filmes dirigidos por mulheres; Lobo Azul, pensado especialmente para jovens que se enquadram no espectro autista; Segredo dos seus olhos, com sessões com audiodescrição, para contemplar o público cego; E por falar em saudade, com temáticas e personagens idosos e, para completar, uma mostra em homenagem à cineasta ucraniana Kira Muratova, falecida aos 83 anos em junho passado – uma realizadora ousada, de filmes avant garde, pouco conhecida, mas autora de uma obra perene.
A curadoria leva a assinatura dos produtores do Lobo Fest, Josiane Osório e Ulisses de Freitas, e dos professores Érika Bauer e Ciro Inácio Marcondes, os críticos de cinema Gustavo Menezes e Fábio Krispin e o produtor audiovisual Rodrigo Martins (responsável pela seleção dos curtíssimos). A equipe se debruçou sobre um universo de aproximadamente 4 mil filmes inscritos.
Para chegar até os selecionados, a equipe percorreu as programações de importantes eventos cinematográficos, como Annecy, Clermont-Ferrand, Doc Lisboa, Sundance e os festivais de Havana, Oberhausen, Bruxelas, Santiago de Compostela, Vila do Conde, Toronto e Fespaco (Burquina Faso), inclusive viajando para acompanhar presencialmente os eventos internacionais. “Para nós, o curta-metragem não é apenas uma etapa para a posterior realização de longas, mas um formato contundente e autossuficiente”, comenta Josiane.
Entre os olhares e sentimentos apresentados nos filmes estão criações engajadas e contemplativas sobre a sociedade e suas nuances, produções realistas ou oníricas, dramas, filmes de gênero, documentários e animações, sendo boa parte delas, assinada por mulheres, com diversificadas representações, anseios e visões de mundo. “Temos muitas produções de jovens cineastas, o que traz um frescor para a programação”, aponta Ulisses de Freiras.
Conhecido anteriormente como Festival Internacional de Filmes Curtíssimos, o Lobo Fest, a partir de 2017, ampliou seu escopo com o objetivo de apresentar ao público um abrangente e diversificado panorama do cinema contemporâneo. Hoje contempla também filmes mais longos, além do formato curtíssimo, e, desde então, trocou de nome e adotou o lobo guará como mascote, um animal típico do Cerrado (em risco de extinção) conhecido por espalhar frutos em suas andanças, um símbolo de resistência e disseminação de conteúdo.
Atrações culturais
Na sexta-feira, 30, a banda brasiliense O Tarot celebra o fim de semana com músicas autorais do primeiro álbum “A ilha de vidro”, além de clássicos da MPB. No sábado, 1 de dezembro, a banda Consuelo toca referências do folclore brasileiro com pegada de rock e tons de misticismo. A programação de bandas termina na terça-feira, 4, com o projeto Som de Papel, que promove o encontro do percussionista e artesão Juraci Moura com o violonista e compositor Cesar de Paula.  novo trabalho reelabora composições autorais dos álbuns “Sambeat” e “Labirinto Líquido”, de Cesar de Paula, inspirando novas canções a partir da proposta percussiva e orgânica, percorrendo as heranças culturais afro-brasileiras. São batuques, afoxés, sambas e cirandas executados pela dupla.
Entre a cena eletrônica do festival, a DJ Donna comanda a programação de quarta-feira, 28. No dia 29, é a vez do DJ Pequi, com o casamento entre ritmos brasileiros e afrolatinos. O DJ Barata, um dos fundadores do Coletivo Criolina, comanda o som do Lobo Fest no domingo, 2 de dezembro, e o DJ Palito comanda a pick-up nos intervalos das sessões na segunda-feira, 3.
Ações paralelas
Nesta edição, o festival estreia seu ambiente de mercado, o Lobo Lab, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), com atividades para profissionais do audiovisual, como oficinas, palestras, aulas abertas e rodadas de negócios para possibilitar a distribuição de novos curtas, longas e séries.
Antes do Lobo Fest chegar ao Cine Brasília, uma série de atividades foi realizada antecipando sua 10ª edição: como sessões em estações do metrô; em escolas de Sobradinho, Paranoá, Planaltina, São Sebastião e Recanto das Emas; quatro oficinas gratuitas de formação técnica com profissionais do audiovisual; uma masterclass sobre direção de fotografia com o cineasta uruguaio radicado no Brasil César Charlone; e a mostra Sou África – Cinema africano do presente, que ocupou o cinema do CCBB Brasília entre 2 e 7 de outubro. Em paralelo ao festival, também no CCBB, a exposição Cândido de Faria –
Um brasileiro em Paris exibe, de 7 de novembro a 30 de dezembro, cartazes produzidos pelo artista para a companhia Cinematográfica Phaté, entre 1902 e 1911.
E, a partir de dezembro, o Lobo Fest continua em versão compacta, com uma circulação por cidades do Distrito Federal e, na sequência, por Salvador, Aracaju, João Pessoa e Goiânia.

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