O governo venezuelano abriu, nesta terça-feira, uma investigação
contra o site do jornal El Nacional por publicar informações que as
autoridades desconhecem, em meio a questionamentos à reeleição do
presidente Nicolás Maduro.
A Comissão Nacional de Telecomunicações
(Conatel) iniciou um “procedimento administrativo sancionatório” contra
o jornal por “espalhar mensagens que desconhecem as autoridades
legitimamente constituídas”, segundo um comunicado.
A Conatel, que
não especificou as autoridades referidas, emitiu uma “medida cautelar”
ordenando que o site “se abstenha de publicar notícias e mensagens que
possam atentar contra a tranquilidade dos cidadãos”.
Em seu editorial de segunda-feira, intitulado “Que vergonha com Maduro!”, El Nacional chamou a eleição de domingo de “mentira”.
Referindo-se
à abstenção de 54%, o jornal, duro crítico do governo, avaliou que os
cidadãos evitaram “mergulhar em imensas ondas de merda”.
“Ratificamos
nosso compromisso com a Venezuela, nossa luta é pela verdade!” –
publicou El Nacional em sua conta no Twitter diante o anúncio da
Conatel, que lhe deu um prazo de 10 dias úteis para a defesa.
O
Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa denuncia uma escalada
de “ataques” à mídia por parte do governo, em uma “política sistemática
de encurralar e asfixiar espaços de liberdade de expressão, crítica e
dissidência”.
Segundo a ONG Espaço Público, 51 meios de
comunicação deixaram de operar na Venezuela no ano passado (46 rádios,
três emissoras de televisão e dois jornais) devido a sanções, problemas
econômicos e falta de insumos como o papel jornal, monopolizado pelo
Estado.
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