A atitude de Francisca é um ponto comum entre as ações do Programa Ceilândia Limpa, lançado pelo Governo do Distrito Federal na segunda-feira (6). Até 30 de janeiro, mais de 90 máquinas e uma centena de profissionais vão compor um grande mutirão para deixar a cidade como ela merece.
Esse trabalho exige que, de um lado, esteja o governo oferecendo a estrutura adequada e, do outro, a população colaborando com o asseamento das próprias casas e ruas.
Promovida pela administração regional, o Ceilândia Limpa está presente na maior cidade do Distrito Federal com 94 equipamentos pesados. São motoniveladoras, retroescavadeiras, pás-carregadeiras, caminhões e servidores trabalhando em conjunto para retirar lixo e entulho, recolher galhos, desobstruir bocas de lobo e asfaltar ruas.
Nesta terça-feira (7), o trabalho envolveu a remoção de 804 toneladas de entulho das quadras QNM 11 a 15, 29 e 33, na QNO 16 e no Setor de Indústria; o recolhimento de 40 toneladas de galhos na Avenida Hélio Prates e nas vias P Norte e M Norte; na desobstrução de rede de esgoto e drenagem na M 01 Norte; e recuperação de massa asfáltica em quatro pontos – num total de 16,2 toneladas.
Apoio da comunidade
Moradora de Ceilândia há 45 anos, Francisca Campos elogia a ação da administração. “A rua estava esburacada, meus filhos vinham de Planaltina e era o maior sacrifício passar por aqui. Um deles até quebrou a roda do carro. Graças a Deus, estão consertando”, afirma.
Natural de Nova Russas, no Ceará, Francisca diz que não abre mão de limpar a rua e pede a colaboração da comunidade. “Varro todos os dias porque o vento traz folhas e poeira. Ajudaria se todos juntassem o lixo”.
Ajudaria se todos juntassem o lixoFrancisca Campos, moradora de Ceilândia
Para o agente patrimonial Sérgio da Silva Faria, as melhorias em Ceilândia são nítidas. “A população de Ceilândia agradece. Estamos vendo mudanças, sim”, conta o também morador da QNN 06, onde os trabalhos de tapa-buraco resolveram o problema de várias ruas entre as casas nesta terça.
A proposta da campanha, que deverá se estender às escolas e ao comércio em geral, é melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos moradores. Segundo o administrador Marcelo Cunha, Ceilândia é um diamante a ser lapidado. Ele enxerga a questão da limpeza como de saúde pública e também para a cidade alcançar patamares ainda maiores devido ao seu potencial comercial e de vida.
“Esse programa não vai ficar só nas máquinas que estão nas ruas para limpar a cidade. Agora vem outra etapa, que é da conscientização – e vamos trabalhar essa parte com as escolas, igrejas e associações comerciais”, conta ele.
Ele lembra que o governo entrou com a estrutura, mas é preciso uma aliança dos moradores com a administração. “Até porque esse dinheiro investido é do contribuinte. Se criarmos consciência de que cidade limpa não é a que mais limpa e sim a que menos suja poderemos aplicar esse dinheiro em outras áreas”, reforça.