MIAMI (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump advertiu os militares da Venezuela que permanecem fiéis ao presidente socialista Nicolás Maduro de que eles estão arriscando seu futuro e suas vidas, fazendo um apelo para que autorizem a entrada de auxílio humanitário no país.
Falando a uma multidão animada composta majoritariamente por imigrantes venezuelanos e cubanos em Miami, Trump disse que se os militares venezuelanos continuarem apoiando Maduro, “vocês não encontrarão nenhum porto seguro, nenhuma saída fácil e nenhuma forma de sair. Vocês perderão tudo”.
Trump ofereceu forte apoio ao líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, que Estados Unidos, Brasil e muitos outros países ocidentais têm reconhecido como presidente interino do país.
Mas Maduro, reeleito no ano passado em uma eleição considerada uma farsa por críticos, têm o apoio da Rússia e da China e o controle das instituições estatais venezuelanas, incluindo os serviços de segurança.
Trump advertiu as Forças Armadas da Venezuela a não ferir Guaidó ou outros políticos da oposição, pediu que elas aceitem a oferta de anistia do líder da Assembleia Nacional e exigiu que permitam a entrada de alimentos, medicamentos e outros auxílios no país.
Os Estados Unidos enviaram toneladas de auxílio humanitário que está sendo armazenado na fronteira da Colômbia com a Venezuela, mas Maduro tem se recusado a permitir a entrada dos suprimentos.
Guaidó, que invocou artigos da Constituição no mês passado para se autodeclarar presidente, tem dito que o auxílio entrará na Venezuela no sábado. Ele não forneceu detalhes sobre como isso acontecerá.
Maduro chama o auxílio de um show orquestrado pelos Estados Unidos e nega a existência de uma crise, apesar do escasso acesso a alimentos e medicamentos sofrido por muitos venezuelanos.
“Nós buscamos uma transição pacífica de poder, mas todas as opções estão em aberto”, disse Trump. O comentário é uma nova referência à repetida insistência de Trump de que opções militares permanecem sobre a mesa, embora a maior parte dos especialistas latino-americanos acredite que tal ação é improvável.
Os Estados Unidos têm tido comunicações diretas com militares venezuelanos, pedindo que eles abandonem Maduro, disse à Reuters uma graduada autoridade da Casa Branca neste mês, e assessores de Trump têm abertamente previsto maiores deserções.