As alterações propostas para a reforma do viaduto do Eixo Rodoviário Sul —que desabou em 6 de fevereiro — levam em conta questões de segurança, economia e meio ambiente.
As razões que fizeram o governo de Brasília sugerir alterações no
desenho original dos pilares foram detalhadas nesta quarta-feira (9)
pelo chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, em entrevista coletiva no
Palácio do Buriti.
O
chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, explicou as alterações no projeto
para a reforma do viaduto no Eixão em entrevista coletiva nesta
quarta-feira (9). Foto: Renato Araújo/Agência BrasíliaO
projeto apresentado pelos engenheiros do Departamento de Estradas de
Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) sugere que as colunas que sustentam
as pistas de rolamento sejam mais largas que as anteriores.
“Acreditamos
que podemos, sim, preservar o nosso projeto. E vamos manter o diálogo
para saber quais são as concessões necessárias para garantir uma
arquitetura mais próxima da original. Mas, ao mesmo tempo, não abrir mão
da segurança”, ponderou Sampaio.
Na segunda (7), o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fez ressalvas ao
projeto apresentado pelo DER-DF e pela Companhia Urbanizadora da Nova
Capital do Brasil (Novacap). O Iphan alegou que a reforma comprometeria a
integridade arquitetônica e urbanística do conjunto da Plataforma
Rodoviária e do sistema viário complementar.
Sérgio Sampaio disse
que o governo aposta na chegada de um consenso. “Acredito em uma posição
conciliatória. Respeitamos todas as instituições públicas e temos
consciência de que devemos submeter nossa proposta ao Iphan, porque ele
tem a guarda dos imóveis e do patrimônio da capital.”
“Quero
acreditar numa solução conciliada. Acho que é, apenas, uma questão de
apresentar maiores esclarecimentos para demonstrar nossas razões
técnicas”Sérgio Sampaio, chefe da Casa Civil
Ainda
de acordo com o titular da Casa Civil, no entanto, a equipe técnica
responsável pelo projeto “não se sente confortável em refazer o viaduto
tal qual o desenho original”. Ele ressaltou que, desde que o Eixão foi
construído, no fim da década de 1950, as normas técnicas de segurança
passaram por atualizações.
A recomendação atual determina estruturas mais resistentes para suportar o trânsito
intenso. “Veículos mais pesados, como os do BRT, não trafegavam por ali
há até pouco tempo. Nossos engenheiros não se sentem seguros com essa
solução que foi dada, há 50 anos”, explicou o secretário da Casa Civil.
Aspectos econômicos e ambientais na reforma do viaduto
Além
da questão da segurança viária, o projeto do DER-DF e da Novacap
considerou aspectos econômicos e ambientais. A reforma do viaduto está
estimada em R$ 15 milhões, aproximadamente R$ 12 milhões a menos se
fosse retomada a arquitetura originalmente concebida.
Quanto aos
prejuízos ao meio ambiente, a Casa Civil destacou que a demolição
completa do viaduto, nos dois sentidos, tal como cogitado nas primeiras
avaliações, geraria um volume muito elevado de material de construção a
ser descartado em aterros.
Uma reunião entre o DER-DF e o Iphan
está marcada para esta quinta (10). “Quero acreditar numa solução
conciliada. Acho que é, apenas, uma questão de apresentar maiores
esclarecimentos para demonstrar nossas razões técnicas do ponto de vista
da engenharia”, avaliou Sérgio Sampaio.
Cronograma de obras está mantido
A
despeito das discordâncias sobre qual o desenho arquitetônico ideal e
do projeto a ser aprovado, o governo de Brasília não cogita alterar o
cronograma apresentado em março. O objetivo é abrir a licitação ainda em
maio.