População debate o uso dos meios de transporte

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Tema foi abordado nos “Encontros para Pensar o Território” sobre Mobilidade

Brasilia  dia 01 abril 2021 Jornal Mangueiral DF, Douglas.

A necessidade de mudar paradigmas no uso dos diferentes modos de transporte foi o tema discutido, por mais de duas horas, na terceira reunião virtual da série “Encontros para Pensar o Território”. Cerca de 60 representantes da sociedade civil e técnicos do GDF participaram do evento, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), na noite desta quarta-feira (31).

O objetivo do debate foi incentivar a participação popular na revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), que é um instrumento essencial para a política territorial do Distrito Federal. O tema abordado foi o mais votado pela população para o eixo temático “Mobilidade”, um dos oito abordados na revisão do Plano Diretor.

Campanha CLDF
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Ao todo, 60% responderam que usavam o transporte individual, como carros e motos. 76% responderam que, durante a pandemia, pararam de se deslocar para o trabalho ou estudo para ficar em casa

Na dinâmica da reunião, foi proposto aos participantes um exercício coletivo para refletir sobre como aumentar no Distrito Federal o uso do transporte público e da mobilidade ativa, que são pedestres e ciclistas. Os participantes também debateram sobre as mudanças trazidas pela pandemia e de que forma isso afetou o deslocamento das pessoas.

Para isso, uma enquete on-line foi aberta com a seguinte pergunta: antes da pandemia, qual o meio de transporte era utilizado com maior frequência no deslocamento para o trabalho ou estudo? Ao todo, 60% responderam que usavam o transporte individual, como carros e motos. Ao fim da enquete, 76% dos participantes responderam que, durante a pandemia, pararam de se deslocar para o trabalho ou estudo para ficar em casa, no home office.

Logo depois, todos foram divididos em três salas virtuais, onde discutiram as problemáticas que envolvem os transportes nas cidades, tanto nas mais próximas dos centros urbanos como nas mais distantes.

Um exemplo disso são as dificuldades na mobilidade entre o Distrito Federal e o Entorno, lembrada pela secretária executiva da Seduh, Giselle Moll. Entre elas, a escassez de transporte público nos pequenos núcleos urbanos de baixa renda.

“Mesmo de carro há um grande tempo gasto no trânsito. Com o transporte público é maior ainda. Há impactos negativos na qualidade de vida nesse sentido. E com a pandemia, há uma necessidade maior de se pensar globalmente essa questão”, ponderou Giselle Moll.

“O Pdot vai dar uma série de respostas para nossa cidade, não só para as futuras gerações como para essa geração. Esse é um momento grave e não podemos nos omitir. E isso não será possível sem a participação de todos”secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Mateus Oliveira

Para o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Mateus Oliveira, as dificuldades impostas na pandemia exigem mais ainda da população a construção coletiva do Plano Diretor de Ordenamento Territorial. “O Pdot vai dar uma série de respostas para nossa cidade, não só para as futuras gerações como para essa geração. Esse é um momento grave e não podemos nos omitir. E isso não será possível sem a participação de todos”, ressaltou.

Cenários e impactos

Na dinâmica do encontro, os participantes foram divididos em grupos e apresentados a três cenários diferentes, onde precisaram identificar os impactos gerados por cada contexto e pensar em melhorias para as problemáticas apontadas.

O bairro A ficava no centro e tinha diferentes meios de transporte disponíveis, alta oferta de empregos, comércio e equipamentos públicos, mas pouca área verde e maior emissão de gases poluentes. O bairro B ficava a 45 minutos de distância do centro indo de ônibus, com menos empregos, comércio, saúde e educação. Já o bairro C ficava uma hora e meia de distância do centro indo de ônibus, sem oferta de emprego, comércio, cultura ou equipamentos públicos, mas tinha uma área verde mais abrangente.

A ideia foi trazer exemplos de dilemas que envolvem a mobilidade e são enfrentados pela população que mora mais distante da cidade, e os aspectos positivos e negativos de morar mais próximo dos centros urbanos. Muitos dos participantes elogiaram as situações trazidas pela Seduh.

Uma delas foi Deborah Pacheco. “Esse exercício de pensar bairros de cidades imaginárias nos faz refletir sobre a nossa cidade e como podemos pensar em transportes mais eficientes e adequados. Adorei a iniciativa e o trabalho. Parabéns a equipe da Seduh”, elogiou.

Contribuições

Houve muitas contribuições recebidas pela equipe da Subsecretaria de Políticas e Planejamento Urbano da Seduh, responsável pelo evento. Elas poderão ser analisadas e acrescentadas à revisão do Pdot.

Entre elas, a importância de ter diferentes formas de deslocamento até o trabalho; aumentar a oferta de emprego, comércio e lazer ao longo do trajeto até o centro urbano e no local; melhorar a qualidade da infraestrutura da mobilidade e diminuir o tempo de viagem; e criar novas centralidades, diminuindo a dependência do centro.

Próximo encontro

O próximo encontro está agendado para o dia 7 de abril, quando será abordado o tema: “a importância do planejamento, desenvolvimento e integração dos centros urbanos”. O assunto está dentro do eixo temático “Desenvolvimento Econômico Sustentável e Centralidades”.

As reuniões serão sempre virtuais, às 18h30, e abertas a toda a população, com um link de acesso disponibilizado dias antes no portal do Pdot. Os encontros serão realizados semanalmente.

Confira a programação completa, com as datas de cada encontro. Com informações da Seduh