O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi indiciado por falsidade ideológica eleitoral pela Polícia Federal. Por meio de sua assessoria, o petista negou enfaticamente o envolvimento em irregularidades na campanha de 2012. “Não há o mínimo indício de qualquer participação de Fernando Haddad nos atos descritos por um colaborador sem credibilidade, cujas declarações já foram colocadas sob suspeita em outros casos”, diz a nota.
A assessoria do ex-prefeito também afirmou que “o uso descuidado do indiciamento sem elementos concretos de prova banaliza o instituto que deveria ser reservado para situações em que ao menos haja indicio de envolvimento de alguém em atos ilícitos.”
Ainda segundo a assessoria, “o delegado desconsiderou o depoimento do dono da gráfica, o empresário Francisco Carlos de Souza que negou ter recebido recursos da UTC para quitar divida de campanha do ex-prefeito Fernando Haddad. Também desconsiderou as provas apresentadas que atestam a suspensão da única obra da UTC na cidade, o túnel da avenida Roberto Marinho, em fevereiro de 2013, data anterior portanto ao suposto pagamento. Da mesma forma que outras ações do delegado João Luiz de Moraes Rosa foram bloqueadas pela Justiça, temos a confiança que esta terá o mesmo destino.”
Indiciados
A Polícia Federal também indiciou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e mais cinco investigados. A Vaccari foram impostos os crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A PF atribuiu a quatro alvos lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O ex-tesoureiro do PT está preso desde abril de 2015 e condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, a Corte de apelação da Lava Jato. O relatório de indiciamento de Haddad, Vaccari e outros investigados foi enviado na semana passada à Justiça Eleitoral.
Por meio de seu advogado, Luiz Flávio Borges D’Urso, João Vaccari Neto negou que tenha feito qualquer pedido de doação ao delator Ricardo Pessoa.
Em junho do ano passado, a campanha de Haddad foi alvo da Operação Cifra Oculta, um desdobramento da Operação Lava Jato. Naquela conjuntura, os investigadores pediram a condução coercitiva do petista, mas a Justiça negou.