Padrasto suspeito de envenenar família deu mais de três versões sobre caso e considerava enteada ‘tola’ e ‘inútil’

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Francisco de Assis Pereira da Costa foi preso na manhã desta quarta-feira por matar quatro pessoas de sua família com ‘chumbinho’

Brasília dia 15 janeiro 2025 Jornal Mangueiral DF.

O delegado Abimael Silva revelou que Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, preso nesta quarta-feira suspeito de envenenar e matar quatro pessoas da sua própria família, apresentou mais de três versões diferentes sobre os acontecimentos do réveillon. Francisco foi detido em Parnaíba, litoral do Piauí, e a investigação preliminar aponta ter sido ele o responsável por envenenar um baião de dois com terbufós, popularmente conhecido como “chumbinho”, no dia 1º de janeiro.

O envenenamento matou quatro pessoas, incluindo os dois enteados, Francisca Maria da Silva e Manoel Leandro da Silva, além de duas crianças, de 1 ano e 8 meses e 3 anos, respectivamente. Uma menina de 4 anos permanece internada em estado grave, e outras pessoas, incluindo o próprio suspeito, receberam alta.

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Padrasto suspeito de envenenar família no Piauí deu mais três versões sobre caso

Durante coletiva realizada hoje pela manhã, o delegado relatou as diferenças nas versões do padrasto sobre o dia do caso. A família preparou um jantar na virada do dia 31 de dezembro, mas só começaram a passar mal no dia 1º. Em um primeiro depoimento, Francisco afirmou que não havia se aproximado da panela com o alimento, mas posteriormente, declarou ter tocado. Em seguida, disse que não havia orientado ninguém a mexer no baião de dois. Para o delegado, as afirmações contrastam com os outros depoimentos dos envolvidos.

Para a polícia civil, a motivação do crime está ligada ao relacionamento conturbado do suspeito com a enteada morta. Em um depoimento de pouco com mais de 2 horas e 40 minutos, Francisco declarou que nutria sentimentos de ódio e desprezo por Francisca.

Ele se referia a ela como ‘uma criatura com mente tola, matuta, morta de preguiça, não serve para nada’. Também manifestava nojo e raiva dela, além de afirmar que era inútil e passava os dias escutando músicas de apologia e músicas de mala — explicou o delegado Abimael.

Francisco desejava que Francisca saísse de casa e dizia que ela não procurava homem que trabalhava, só “vagabundo”.

Segundo a investigação, o suspeito mantinha distanciamento dos dois enteados, com quem não falava. Ele chegou a descrever os filhos de Francisca como “primatas” e “pessoas não higiênicas”. O padrão de comportamento foi levado em conta para pedir a prisão de Francisco.

Ele é uma pessoa com uma personalidade muito complexa, fala de forma espontânea, mas demonstra claramente sua aversão pela convivência com Francisca e seus filhos — afirmou o delegado.

Baú trancado

Durante buscas na casa foram apreendidos aparelhos celulares, documentos e um baú que o suspeito mantinha trancado ao lado do fogão.

Esse baú, fechado com cadeado, ficava em um local inacessível a qualquer outra pessoa na residência. É o único lugar da casa que poderia esconder algo sem que os outros moradores soubessem — disse o delegado.

Diante dos indícios, a polícia solicitou a prisão temporária de Francisco por 30 dias. O inquérito tem prazo de um mês para ser concluído.

Levando em consideração que ele era o único com motivação plausível para cometer um crime tão raivoso e torpe, aliado às constantes contradições nos depoimentos, decidimos pela prisão temporária — explicou o delegado.

A Polícia Civil destacou que o inquérito continua em andamento e que outras possibilidades estão sendo analisadas. Foi reforçado que ainda há perícias pendentes e dados de celulares apreendidos que precisam ser examinados. A corporação afirmou que trabalha com o juízo de probabilidade, sem antecipar a culpa de Francisco de Assis, e garantiu que a investigação seguirá de forma técnica e imparcial.