A quantidade de notificações de violência no Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância à Violência (PAV) da Secretaria de Saúde registrou, de janeiro a outubro de 2018, 4.147 casos. O número já é maior do que o verificado em todo o ano passado, quando foram feitos 3.704 registros.
“Isso reflete todo o trabalho de vigilância e prevenção da violência. Com a notificação, podemos disparar todo o processo de proteção às vítimas”, explica a chefe do Núcleo de Estudos, Prevenção e Atenção à Violência, Fernanda Falcomer.
Os tipos de violência mais notificados foram a física (990), sexual (758), psicológica (424), negligência e abandono (174) e tortura (55). No período de janeiro a outubro de 2018, a maior proporção das notificações de violência (2.395) foi identificada contra o sexo feminino. A violência interpessoal compreende 65% (2.444) do total das notificações registradas no DF.
Segundo Fernanda Falcomer, cerca de 60% das ocorrências se deram na casa da vítima e, em 75%, o agressor é alguém da família ou de convívio próximo. “Enquanto, na violência física, a maioria das vítimas é mulher, na sexual, a maior frequência está entre crianças e adolescentes, representando 80% dos casos”, destaca.
PROGRAMA – A notificação ao Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância à Violência é de comunicação obrigatória para determinados agravos às autoridades competentes da saúde.
O PAV tem como principais atribuições o atendimento às pessoas em situação de violência, numa abordagem biopsicossocial e interdisciplinar, bem como a articulação com a rede de atendimento, os encaminhamentos institucionais e intersetoriais, a promoção da cultura de paz e a vigilância dos casos de violência.
Atualmente, a Secretaria de Saúde conta com 19 PAVs, que atendem vítimas de violência sexual e doméstica em todos os ciclos de vida e suas famílias. Todos eles têm nomes de flor. “Temos dois que atendem a pessoa que cometem violência sexual (PAV Jasmin e Alecrim)”, ressalta Falcomer. Compõe a rede de serviços especializados o Programa de Interrupção Gestacional Prevista em Lei (PIGL).
Confira a lista completa de PAVs da rede pública e seus respectivos atendimentos.
FIM DA VIOLÊNCIA – O Brasil entra, nesta terça-feira (20), nos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. A campanha, realizada mundialmente, tem por objetivo ampliar os espaços de debate com a sociedade e a proposição de medidas de prevenção e combate à violência. Isto se dará por meio da realização de ações, por diversos atores da sociedade civil e do poder público, para a conscientização da população sobre os diferentes tipos de violência sofridas pelas meninas e mulheres em todo o mundo.
A Campanha mundial ocorrerá entre 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e 10 de dezembro, data em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual se adapta aos calendários de cada país.
No Brasil, considerando a dupla vulnerabilidade da mulher negra, a campanha inicia-se no dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e se estenderá até o dia 10 de dezembro, passando pelo dia 6 de dezembro, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Mais informações: http://www.saude.df.gov.br/vigilancia-em-violencia/
Alline Martins, da Agência Saúde
Núcleos de Prevenção e Assistência à Violência (NUPAVs)