Metade dos candidatos ao Senado tem suplentes ‘mais ricos’ que eles

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eleger dois terços de seus integrantes nas eleições deste ano. Dos
351 candidatos em busca de uma cadeira na casa legislativa para os
próximos oito anos, 162 (46%) possuem ao menos um suplente com
patrimônio superior ao deles.



Em um dos casos, verificado no Estado de Rondônia, o primeiro suplente
de um candidato ao Senado diz ter mais de R$ 84 milhões em bens, valor
7.300% maior do que os R$ 1,1 milhão cadastrados pelo titular da chapa. O
mesmo acontece no Tocantins, onde o suplente de um candidato sem
patrimônio possui mais de R$ 407 milhões declarados.



Com o fim do financiamento privado e a limitação dos gastos das campanhas, os cientistas políticos ouvidos pelo R7 avaliam que a presença de suplentes endinheirados nas chapas pode impulsionar as candidaturas. 



Novo teto para campanha barraria 2 de cada 3 senadores eleitos em 2014


“O suplente que tem dinheiro pode usar seus próprios recursos para a
campanha da chapa”, avalia o cientista político David Verge Fleischer,
do Instituto de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília).



Os dois suplentes foram incluídos na disputa eleitoral brasileira pelo
Artigo 46 da Constituição Federal, de 1988. Desde então, eles assumem a
cadeira do senador eleito sempre que o parlamentar se ausentar do cargo.



Anteriormente, era possível que a cadeira de primeiro suplente do
Senado fosse preenchida pelo segundo candidato mais votado do mesmo
partido do vencedor, como aconteceu com o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso nas eleições de 1978. Com 1.272.416 votos, o tucano
assumiu a suplência de Franco Montoro, que foi escolhido por mais de 4
milhões de eleitores no pleito.



Senadores réus na Lava Jato tentam vaga na Câmara dos Deputados


O cientista político Ricardo Ismael, do departamento de ciências
sociais da PUC-Rio, se posiciona como um crítico do modelo atual de
eleições ao Senado e observa para a possibilidade de nomes que
financiaram as campanhas assumirem os mandatos de políticos mais
populares.



“Se por acaso o senador eleito se afastar [do cargo], ele vai deixar a
vaga para o suplente. Isso não é bom, porque, se você tiver um número
muito grande de suplentes no Senado, são eles que acabam decidindo as
votações”, diz Ismael, que completa: “As pessoas não votaram nos
suplentes. Ninguém pensa em votar em um senador pelo suplente dele”.



Acordos


Dos 54 senadores eleitos em 2010, que tem este como o último ano de
seus mandatos, 25% (14) não aparecem no exercício do cargo no início do
segundo semestre de 2018.



Fleischer afirma que o número de suplentes na atual legislatura é
“muito alto” e destaca que muitas vezes os senadores fazem pactos com os
suplentes para que eles possam assumir a cadeira da chapa.



Candidatos com nomes bizarros vão chamar atenção no horário eleitoral


“O mandato é de oito anos e as vezes ocorrem acordos entre os titulares
e os suplentes para que o senador pegue um número determinado de
licenças ao longo do mandato para permitir que o suplente assuma”,
revela o professor da UnB.



Caso assuma o mandato provisoriamente, os suplentes têm o direito de
receber todos os salários e benefícios pagos aos parlamentares eleitos.



Como funciona a contagem de votos com a urna eletrônica?

Campanha CLDF
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