Mãe de Emanuelle sobre assassino: ‘Preferia que pagasse na cadeia’

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Se tivesse a oportunidade de olhar nos olhos do suposto assassino de sua filha, Fabiana Aparecida Pestana, mãe da menina Emanuelle Pestana de Castro, de 8 anos, questionaria: “Por que interrompeu a vida de uma criança? Por que tirou um pedaço de mim? Por que acabou com a minha família inteira?”, desabafa, chorando, em conversa com VEJA. Na cadeia, o suposto assassino, Aguinaldo Guilherme de Assunção, que confessou ter matado Emanuelle a facadas, foi encontrado morto nesta quarta-feira 15, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cequeira César. Fabiana não celebra a notícia. “Preferia que pagasse na cadeia, vivo, que sofresse aos poucos, e sentisse a dor que estou sentindo na pele.”

Assunção, de 49 anos, participou das buscas pelo corpo de Emanuelle, que desapareceu na última sexta-feira 10, junto a familiares e amigos. Foi encontrada morta na noite da segunda-feira 13, perto de um córrego em uma área rural de Chavantes (SP), depois que o lavrador confessou o crime à polícia. “Foi cínico e cara de pau. Não queria ajudar. Era um assassino de criança”, acusa a mãe, que diz não ter “qualquer relação” com Assunção. “Nem o conhecia. Ele passava pelo mesmo corredor, da vila de casas onde moro, mas para ver o enteado dele, que morava na casa ao fundo. Nunca nem trocamos palavras.”

Até agora, não se conforma com o motivo do crime alegado por Assunção, que confidenciou à polícia que não gostou da decisão de Fabiana de proibir Emanuelle de brincar com seu enteado. Por telefone, ela conta que aconselhou a filha a não brincar mais com o menino, porque ele era mais velho, e também porque preferiria que Emanuelle tivesse amigas meninas. “Mas isso não tem nada a ver isso. A justificativa não convence. O que justifica a morte de uma criança? Nada”, desabafa.

Evangélica frequentadora da igreja Universal, Fabiana, de 35 anos, pretende seguir morando em Chavantes com os dois filhos, Paulo Henrique, 6, e Giovana, 18, e o neto Heitor, de apenas um mês. É separada de Paulo César, pai de Emanuelle, e de seus outros dois filhos. Em casa, conta que tem recebido muito apoio da família e população da cidade de 12 mil habitantes. “Recebo gente direto aqui em casa, que oferece ajuda para tudo que precisar”, diz. Já a casa onde morava o enteado de Aguinaldo, e seus pais, está vazia. “Tiveram que sair, porque a população ficou indignada, e começou a ameaçar”, explica.

Campanha CLDF
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Fabiana ficou traumatizada com a praça onde a filha saiu para brincar no parquinho antes de desaparecer. “Não consigo mais passar nem em frente”, relata. E diz que lembrará da filha como uma menina “alegre”, “brincalhona”, “que gostava de vê-la sempre feliz” e “extremamente vaidosa”. “Não perdia a oportunidade de passar um batom. Tinha oito anos mas sabia se arrumar. Era cativante.”

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