Lula afirma a Moro que vai ser candidato em 2018
O juiz insistiu. Indagou de Lula quem o “traiu com práticas inaceitáveis” — segundo o próprio petista teria declarado em entrevista na Granja do Torto. Um dos advogados de Lula, Zanin Martins, interrompeu o questionamento e disse a Moro que ele não estava “julgando o PT”.
Lula não resistiu e deu início a discurso como se estivesse no em campanha. “Queria só dizer uma coisa, doutor, eu na verdade tenho horas e horas para falar sobre esse assunto, mas uma coisa importante é ter claro o seguinte. Isso já passou, eu já fui julgado três vezes pelo povo brasileiro. O Sr. se lembra como a foi a campanha de 2006, eu era triturado a cada debate da TV sobre a corrupção. Eu fui eleito com 62% dos votos. Quando terminou meu [segundo] mandato, em outubro de 2010, quando a gente elegeu a presidente Dilma, em dezembro alcancei 87% do bom e ótimo nas pesquisas de opinião pública e apenas 3% de péssimo, acho que no gabinete dos tucanos.”
“Ou seja”, prosseguiu. “Eu não posso ser julgado pelo Código de Processo Penal numa coisa que fui julgado, dez, doze anos depois respondendo uma coisa que foi transitado em julgado. É decisão da Suprema Corte, demorou sete anos pra ser julgado, fui julgado no meio da eleição de 2012 e nós ganhamos a eleição em São Paulo.”
Moro interrompeu. “Mas a pergunta não é sobre pleitos eleitorais, só quero entender suas atividades em relação a esses fatos.”
Lula insistiu. “Doutor, eu não tô sendo julgado por minha relação com qualquer subordinado, a relação é de cada um. A minha é minha. Quando um político comete um erro ele é julgado pelo povo, ele não é julgado pelo processo de código penal. Eu fui julgado várias vezes pelo povo”.