Governo vai contratar médicos venezuelanos

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O governo vai empregar médicos venezuelanos para atender os compatriotas que chegam ao Brasil pela fronteira com Roraima. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, informou que a ideia  é promover uma certificação do governo brasileiro para que os profissionais de saúde atendam “apenas aos venezuelanos”.
— A experiência piloto de interiorização se iniciará em breve. Como já foi dito, 25% dos imigrantes alegam ter curso superior. A proposta é que os médicos e enfermeiros atuariam, já que têm qualificação profissional e legal na Venezuela para tratar de venezuelanos. Seria no âmbito de reconhecer aqui no Brasil [para atender] apenas os venezuelanos, disse Jardim, referindo-se também aos professores. 
Com o objetivo de fornecer apoio aos municípios roraimenses que têm recebido grande quantidade de imigrantes devido à crise política e econômica da Venezuela, o governo federal anunciou também que vai duplicar o efetivo dos pelotões de fronteira e os postos de controle.
O detalhamento foi feito durante a visita do presidente Michel Temer e outros ministros a Boa Vista, capital do estado, após o acirramento da questão na semana passada, quando dois incêndios criminosos atingiram casas ocupadas por imigrantes venezuelanos.
Os imigrantes viajam na tentativa de escapar da grave crise que assola o país vizinho, que sofre com desabastecimento generalizado de produtos e uma inflação que chega a 700% ao ano. Segundo cálculos da Prefeitura de Boa Vista, capital do estado, já existem mais de 40 mil cidadãos venezuelanos na cidade, número que representa mais do 10% da população local, de cerca de 330 mil habitantes.
Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a medida provisória anunciada por Temer no encontro com as autoridades locais vai permitir o atendimento das necessidades da situação de “emergência social” pela qual passa o estado. Ele reconheceu que, embora o problema ocorra fisicamente em Roraima, as responsabilidades devem ser assumidas por todo o governo brasileiro.
Além da duplicação dos efetivos, será montado um “hospital de campanha” em Pacaraima, cidade fronteiriça, e novos centros de triagem serão construídos pelas Forças Armadas, que passarão a coordenar todos os trabalhos humanitários dos diversos órgãos do governo federal.
 O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Sérgio Etchegoyen,  disse que todas as estruturas do Estado, inclusive as federais que existem, estão dimensionadas para uma situação de normalidade, que já foi ultrapassada há bastante tempo. De acordo com ele, “80% dos 12 pontos” com demandas do governo de Roraima estão “praticamente resolvidos ou encaminhados”.
— Quatro ou três pontos que sobram dependem de análise de outras possibilidades jurídicas. Mas as mais prementes, urgentes, estão resolvidas, disse Etchegoyen.

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