A Rússia anexou a península da Crimeia da Ucrânia em 2014, provocando repúdio internacional e sanções ocidentais, mas desde então não houve grandes episódios de violência na península. Muitas das vítimas eram alunos adolescentes que sofreram ferimentos de bala e de estilhaços de uma bomba. Alunos e funcionários descreveram cenas de caos quando os estudantes tentavam fugir do prédio. Eles disseram que o ataque começou com uma explosão seguida de mais detonações e uma chuva de disparos. O presidente russo, Vladimir Putin, que se encontrava em uma reunião no resort de Sochi, no sul do país, com seu colega egípcio pediu um momento de silêncio pelas vítimas. “Isto é claramente um crime”, afirmou. “Os motivos serão cuidadosamente investigados”. A diretora da escola, Olga Grebennikova, relatou a cena que encontrou quando entrou no edifício da instituição após o ataque. “Há corpos por todo o lado, corpos de crianças por todo o lado. Foi um verdadeiro ato de terrorismo. Eles invadiram cinco ou 10 minutos depois que eu saí. Explodiram tudo no saguão, o vidro voava”, disse Olga a veículos de mídia da Crimeia. “Depois eles correram atirando algum tipo de explosivo ao redor, e correram pelo segundo andar com armas, abriram as portas das salas e mataram todos que conseguiram encontrar”. Pouco depois do ataque autoridades russas disseram estar investigando a possibilidade de se tratar de terrorismo. Tropas em veículos de transporte blindados foram enviadas ao local, e pais foram instruídos a pegarem os filhos em escolas e jardins da infância da cidade por segurança. Mas o Comitê Investigativo, agência estatal que investiga crimes graves, disse mais tarde que reclassificou o ataque como um caso de assassinato em massa. Um funcionário de um hospital de Kerch disse que dezenas de pessoas estavam sendo tratadas dos ferimentos no pronto-socorro e na sala de operação. Fotos mostraram serviços de emergência retirando feridos do prédio em macas improvisadas e levando-as para ônibus e ambulâncias.