Em menos de uma semana, moradores do Lago Sul encontraram duas colônias de lagartas venenosas. Os insetos da espécie Lonomia obliqua,
a mais perigosa das taturanas, estavam na QI 19 e na QI 26. Nesse
último endereço, o professor de educação ambiental Luiz Rios, 52 anos,
encontrou uma colônia com 212 lagartas, na chácara onde mora.
As
lagartas começaram a ser vistas na região na semana passada, dias
depois, os moradores encontraram as colônias. A Associação de Moradores
das QI e QL 26 do Lago Sul coletou os insetos e os enviou, nesta
quarta-feira (9/5), para o Instituto Butantan, em São Paulo.
As principais características das Lonomia obliqua são as
listras marrons com contorno preto, as manchas brancas e o formato em
“U”. A espécie se hospeda em árvores nativas ou frutíferas, onde se
camuflam nas áreas mais escuras. Durante a noite, saem do esconderijo e
se alimentam de folhas. Por isso, é preciso atenção ao encostar em um
tronco, para não entrar em contato com o inseto. Caso o acidente
aconteça, é preciso lavar o local com água corrente, fazer compressas
frias para aliviar a dor e buscar atendimento médico.
“É
importante que a pessoa colete a lagarta com uma pinça, guarde-a em um
recipiente fechado, de material plástico. Ao ir até o hospital, será
preciso para identificar se o contato realmente ocorreu com a Lonomia obliqua, para que a pessoa tome o soro”, explica o professor Luiz Rios.
Os
sintomas são dor no corpo e na cabeça, vermelhidão e inchaço imediato
da região atingida. Nos casos mais graves, caso não ocorra o tratamento
certo, há a possibilidade de hemorragia e insuficiência renal aguda.
Desde 1996, existe um soro que neutraliza a ação das toxinas liberadas
quando há contato com a pele humana, capazes de matar uma pessoa.
Segundo
informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, ano passado
houve dois acidentes com o inseto. Neste ano, ainda não há um
levantamento.
O professor de educação ambiental Luiz Rios, 52 anos, encontrou uma colônia com 212 lagartas na chácara onde mora (foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)
Orientações ao encontrar a lagarta
O
Instituto Butantan recomenda que, caso uma pessoa identifique o inseto,
não o mate. “A lagarta é uma das fases do ciclo biológico de uma
mariposa, vivem em média 15 dias na fase adulta como mariposa,
aparecendo com mais frequência nos meses de verão”, informa a nota. As
lagartas são necessárias para a fabricação do soro contra as próprias
toxinas. correio brasiliense