O colapso previsto no sistema de saúde brasileiro por causa da pandemia do novo coronavírus tem feito com que diversas empresas se mobilizem para encontrar soluções tanto para instalação de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) quanto para compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ou a construção de respiradores artificiais. O próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a afirmar que no final de abril o sistema de saúde entraria em colapso. Assustados com esse panorama, os proprietários da companhia mineira Tacom, especializada em desenvolvimento, produção e manutenção de soluções para o transporte público, como o sistema de bilhetagem eletrônica, começaram a pensar em como poderiam adaptar sua fábrica para ajudar no problema.
“Nosso DNA é tecnologia voltada para o transporte, mas começamos a pensar em como usar essa tecnologia para atuar no combate ao novo coronavírus”, diz um dos sócios da empresa, Marco Antônio Tonussi Rodrigues. “Vimos que podíamos adaptar nossa expertise para criar um respirador artificial inteligente de baixo custo e rápida produção”. Uma semana após a decisão, um protótipo já estava em operação (veja vídeo). Marco Antônio explica que a empresa está em busca de uma homologação rápida da Anvisa e que pretende produzir entre 2 mil e 5 mil respiradores até junho. “É uma produção totalmente em caráter social, sem visar nenhum tipo de lucro”, afirma Marco Antônio, que batizou o programa de InspirAR.
Além de suprir a falta de respiradores artificiais, os equipamentos “inteligentes”, que não precisam de uma pessoa operando-os o tempo todo, liberam médicos, enfermeiros e fisioterapeutas de UTI capacitados para atuar no procedimento de ventilação mecânica. Isso libera profissionais para atendimento de casos mais graves e reduz deslocamentos dentro do hospital, pois permite o monitoramento remoto dos aparelhos de cada leito. Também evita o vazamento de ar contaminado expirado pelos respiradores convencionais. O equipamento fica conectado a um centro de controle e a um display de 10 polegadas touch screen que pode ser programada pelo médico. A ideia é que seja instalado em hospitais de campanha. Entre os apoiadores estão a Fiemg, a consultoria Accenture, a Fhemig, o Hospital Mater Dei e a Santa Casa de Misericórdia de Barbacena.