O médico Denis César Barros Furtado, o “Dr. Bumbum”,
trabalhou no Palácio do Planalto durante o governo do ex-presidente
petista Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008. A passagem pelo Planalto foi
rápida, apenas um mês, de setembro a outubro de 2008, mas neste período
ele já costumava falar de sua especialidade e oferecer realização de
procedimentos estéticos a quem foi atendido, criando queixas entre
pacientes, conforme apurou o O Estado de S. Paulo.
O Planalto confirma que Furtado trabalhou na Presidência da República, mas “não integrou o quadro” da Coordenação de Saúde.
A assessoria não informou, no entanto, se chegou a ser instaurada
alguma investigação para apurar o comportamento do médico. De acordo com
dois servidores, a insistência do médico em falar sobre questões
estéticas e principalmente em fazer exames mais detalhados nas pacientes
causou estranheza.
Furtado foi preso na quinta-feira da semana passada, juntamente com a mãe, Maria de Fátima Barros. Ele é investigado pela morte de uma de suas pacientes,
a bancária Lilian Calixto, de 46 anos, após um procedimento estético de
preenchimento dos glúteos, realizado em seu apartamento, no Rio.
O “Dr. Bumbum” estava trabalhando como médico temporário no Exército,
em Brasília, quando foi designado para prestar serviços na Coordenação
de Saúde da Presidência da República. Na época, havia carência de
médicos para atender os servidores e seus familiares e ele, apesar de
ser temporário e não de carreira, foi reforçar o quadro. Furtado foi
designado para trabalhar no pronto-atendimento do serviço médico do
Planalto. Ele acabou devolvido ao Exército, sem que houvesse prorrogação
do seu prazo de permanência na Presidência.
Furtado trabalhou também no HMAB (Hospital Militar de Área de
Brasília). Por causa de queixas sobre seu comportamento não teve o
contrato prorrogado. Como temporário, ele poderia ter ficado no Exército
por pelo menos mais três anos.
Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, Furtado é
“ex-militar temporário, ingressou no Exército em 23 de junho de 2008 e
foi licenciado por término de prorrogação de tempo de serviço em 31 de
agosto de 2013”. Ainda conforme o Exército “a partir daquela data, foram
encerrados todos os vínculos com o Exército Brasileiro, passando para
reserva não remunerada”.
Quando era do serviço ativo do Exército, o “Dr. Bumbum”, além do
Hospital Militar, serviu no Hospital das Forças Armadas e no Posto
Médico da Prefeitura Militar de Brasília.
No Rio, mais uma morte sob suspeita
Além do caso de Lilian Calixto, paciente do Dr. Bumbum, e da modelo
Mayara Santos, a polícia apura uma terceira morte em oito dias
envolvendo procedimentos estéticos. Adriana Ferreira, professora de 41
anos, morreu no dia 23, uma semana após implantar gordura nos glúteos
com a médica Geysa Corrêa em uma clínica de Niterói. A defesa de Geysa
nega ligação entre a morte e o implante.