A defesa do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da
Caixa, Fábio Cleto, pediu perdão judicial ao STF (Supremo Tribunal
Federal). Em petição encaminhada nesta terça-feira (24) à Corte, os
advogados afirmam que Cleto delatou o esquema de corrupção em uma diretoria do banco e merece o benefício.
Em um dos depoimentos de delação premiada, Fábio Cleto disse que o
ex-presidente afastado da Câmara dos Deputados e deputado cassado
Eduardo Cunha (PMDB) recebia 80% da propina arrecadada entre empresas
interessadas na liberação de verbas do Fundo de Investimento do FI-FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Ao STF, a defesa afirmou que a colaboração foi efetiva e ajudou a
identificar as pessoas que participaram da organização criminosa e vai
permitir a recuperação de parte dos recursos públicos desviados.
“Nesse cenário, em razão de efetividade do acordo de colaboração do
requerente que desmantelou organização criminosa voltada à prática de
crimes contra a administração pública e acarretou na condenação de
membros que pertenceram ao alto escalão do governo, de rigor que seja
aplicado o perdão judicial.”, argumentou a defesa.
Com base nas informações prestadas por Cleto, Eduardo Cunha foi condenado a 24 anos e dez meses de prisão, em regime fechado.