Cerco a soldado atirador na Tailândia dura 17 horas; 26 morreram

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A Tailândia tenta se recuperar de um massacre “sem precedentes” no país, declarou o primeiro ministro, Prayut Chan-O-Cha, neste domingo (9). Na tarde de sábado (8), na cidade de Korat, no nordeste tailandês, um soldado armado de uma metralhadora e um fuzil disparou contra pessoas na rua e dentro de um shopping e causou 26 mortes.

Na sequência, o atirador conseguiu se refugiar no centro comercial Terminal 21. Foi somente 17 horas depois do início da matança que as forças de elite da polícia tailandesa conseguiram atingir o homem, que foi morto. Um policial também morreu na operação.

Durante toda a madrugada, intensas trocas de tiros ocorreram entre o soldado e a polícia. Nos intervalos, pessoas escondidas dentro do shopping escapavam aos poucos. Dezenas se protegeram dentro de banheiros, em provadores de lojas ou atrás de balcões durante horas, à espera de um momento oportuno para fugir.

As forças de segurança pediram aos clientes que “levantassem as mãos” e se identificassem – a polícia temia que o agressor pudesse tentar se esconder entre os clientes. Uma testemunha que estava no shopping na hora do ataque contou à AFP que o lugar estava lotado. “Tinha muita gente”, disse a mulher de 32 anos, que pediu para não ser identificada.

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“Foi como um pesadelo. Estou feliz de estar viva”, afirmou Sottiyanee Unchalee, 48 anos, que se refugiou em um banheiro.

Postagens nas redes sociais

A vítima mais nova foi um garoto de 13 anos. Pelo menos 10 feridos estão internados em estado grave, das quais dois em situação crítica.

O drama foi acompanhado por milhares de pessoas pela televisão e as redes sociais, onde foram divulgadas imagens da operação policial que resultou na morte do homem. O próprio atirador também publicou várias vezes sobre o ataque no Facebook, vestido com um uniforme militar. “Devo me entregar?” e “Ninguém pode escapar da morte”, escreveu, entre outras postagens.

As motivações do soldado foram pessoais e teriam razões financeiras, na sequência da venda de uma casa, conforme indicou o premiê nesta manhã. O militar foi identificado como suboficial Jakrapanth Thomma.

Ataque começou em quartel

O ataque começou no fim da tarde contra um quartel do Exército, de onde o homem roubou as armas e munições. Três pessoas morreram, entre elas pelo menos um soldado, quando Thomma abriu fogo.

Na sequência, o autor do massacre “roubou um veículo militar e se dirigiu ao shopping da cidade”, disse o tenente-coronel da polícia, Mongkol Kuptasiri.

A Tailândia é um dos países com maior percentual de pessoas com posse de armas do mundo, mas esse tipo de incidente, cometido por militares contra civis, é muito raro. No final do ano passado, houve vários tiroteios nos tribunais, reforçando o debate sobre o grande número de armas de fogo que circulam no país do Sudeste Asiático.

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