A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alertou nesta quinta-feira (24) que os caminhoneiros, que estão há quatro dias parados por rodovias
de mais de 20 estados do país, estão descumprindo a promessa de liberar
a circulação de veículos que transportam carga viva. Em nota, a
entidade diz que começou a receber relatos de que cargas vivas estavam
sem alimentação há mais de 50 horas.
A ABPA também relata que vários caminhões de ração estão paradas, sendo
que a situação nas granjas produtoras é “gravíssima”, com falta de
insumos e risco iminente de fome para os animais. “A cadeia produtiva da
avicultura e da suinocultura do país iniciou esta quinta-feira com 120
plantas frigoríficas paradas – produtoras de carne de frango, perus,
suínos e outros. Mais de 175 mil trabalhadores estão com atividades
suspensas em todo o país”, informa a nota da entidade.
Quem são e o que querem os caminhoneiros que estão parando o país?
A ABPA ressalta que os danos ao sistema produtivo são graves e
demandarão semanas até que se restabeleça o ritmo normal em algumas
unidades produtoras. “A ABPA, portanto, apela ao movimento dos
caminhoneiros pelo cumprimento da promessa com a liberação do transporte
de animais e rações em todos os bloqueios, além da retirada mínima de
produtos nas fábricas para a retomada da produção. Os protestos são
justos, mas é preciso bom senso e evitar a perpetuação desta situação
aos animais”, informa a entidade.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros
(Abcam), José da Fonseca Lopes, os caminhoneiros não estão proibindo a
passagem de veículos que transportam itens essenciais como remédios nem
cargas vivas, produtos perecíveis ou oxigênio para hospital. Ônibus com
passageiros e ambulâncias também estão podendo passar pelos bloqueios.