Recém aposentada, a professora Júlia Antunes, 50 anos, buscava algum
auxílio para cuidar de seu pai, que aos 79 anos sofre com mal de
Parkinson, de sua mãe de 88 anos que tem Alzheimer, e de sua tia de 74
anos, que tem artrose e pressão alta.
Ela conseguiu ajuda com a capacitação para cuidadores de idosos
informais, oferecida, nesta quinta-feira (3), pela Policlínica de
Taguatinga.
No curso, um grupo de multiprofissionais de saúde ensina temáticas
como o papel do cuidador, alimentação saudável, prevenção de quedas e
problemas com o sono, higiene pessoal, além de discutir sobre as doenças
mais comuns em idosos, como depressão, demência e distúrbios de
comportamento.
“Buscamos um suporte porque ficamos sem saber o que fazer”, conta
Júlia. “Com o curso conseguimos apoio, porque eles ensinam dicas
preciosas, com muita teoria e prática, fora o apoio psicológico e
emocional que sinto das pessoas que estão participando e passando pela
mesma situação”, completa.
Esta é a sexta aula que Júlia participa na policlínica, acompanhada
da irmã. Elas fazem parte dos 60 inscritos no curso, que terá um total
de 10 encontros, sempre às quintas-feiras à tarde, de 14h às 16h30, com
previsão de durar até meados de junho.

Segundo a terapeuta ocupacional e responsável pela capacitação,
Thiara Café, o curso é voltado para as pessoas que não têm formação e
precisam cuidar de alguém debilitado.
“Fazemos o curso em torno de duas vezes por ano, com bastante
procura. A maioria dos que procuram são familiares de pacientes que
estão internados por aqui”, informa.
Assim que os 10 encontros terminarem, a previsão é que o próximo
curso tenha início a partir de setembro. Para se inscrever, basta
comparecer a Policlínica de Taguatinga e se cadastrar para uma das 60
vagas.
CURSO – De acordo com a geriatra e coordenadora do
programa de Geriatria e Gerontologia da Policlínica de Taguatinga,
Larissa Oliveira, o curso surgiu há aproximadamente cinco anos, devido
às constantes dúvidas que os familiares tinham nos cuidados com os
idosos.
“Pensamos nesse curso de cuidadores informais para auxiliar. Assim,
se empodera os familiares e, a partir disso, eles fazem um cuidado
adequado e com menos sobrecarga. Vimos que com isso a qualidade do
cuidado melhora muito, e o idoso acaba tendo menos intercorrências,
sendo encaminhado menos vezes ao hospital. Ou seja, temos respostas
fantásticas”, disse.
A geriatra ressalta que, na grande maioria dos casos de idosos
acamados por alguma doença, são os familiares que prestam o auxílio, o
que torna sua capacitação algo fundamental.
“Se cobra um cuidado especializado de um familiar que não tem essa
formação. Com o curso, temos melhorado tanto a vida dos cuidadores como,
principalmente, a dos pacientes que assistimos, que são pessoas
totalmente dependentes”, pondera.
Leandro Cipriano, da Agência Saúde
