Argentina consegue US$7 bi em recursos adicionais do FMI e define banda cambial para o peso

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A Argentina assegurou nesta quarta-feira uma quantia adicional de 7
bilhões de dólares em financiamento do Fundo Monetário Internacional
(FMI) em um esforço para amenizar preocupações de investidores quanto à
sua habilidade de pagar suas dívidas e anunciou uma banda cambial para o
peso argentino.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde,
falando em uma coletiva de imprensa em Nova York ao lado do ministro da
Economia da Argentina, Nicolas Dujovne, disse que o Fundo irá aumentar
seu programa de empréstimos com a Argentina para um total de 57 bilhões
de dólares, com “antecipação significativa” dos desembolsos até o fim do
próximo ano.
Christine disse que o banco central argentino
concordou, como parte do acordo, em permitir que o peso flutue
livremente e a só intervir no mercado de câmbio em situações extremas.
“No
caso de uma ultrapassagem extrema da taxa cambial, o banco central pode
conduzir uma intervenção limitada para prevenir condições desordenadas
de mercado”, disse ela, durante a coletiva.
Em uma entrevista
coletiva mais tarde em Buenos Aires, o novo presidente do BC argentino,
Guido Sandleris, disse que o banco estabelecerá uma banda cambial para o
peso e usará apenas reservas internacionais para intervir no mercado se
ele ficar fora desta banda.
Sandleris, que foi nomeado na
terça-feira, quando seu antecessor renunciou inesperadamente, disse que a
banda será fixada inicialmente de 34 a 44 pesos por dólar e poderá
depreciar diariamente em um ritmo equivalente a 3 por cento por mês.
“Essa
nova política monetária nos permitirá reduzir a inflação e recuperar a
estabilidade e a previsibilidade nos preços de que a Argentina tanto
precisa”, disse Sandleris.
A moeda argentina já perdeu mais de 50
por cento de seu valor até agora neste ano, e à medida que uma seca
atingiu suas exportações agrícolas e levou a economia a uma recessão,
elevando preocupações sobre a habilidade do governo em pagar suas
dívidas em moeda estrangeira no próximo ano.
O banco central gastou quase 16 bilhões de dólares em reservas neste ano em uma tentativa fracassada de elevar o peso.
Em
um esforço para amenizar temores de investidores, Christine disse que o
novo acordo impulsionará o financiamento em 19 bilhões de dólares em
2019. Desembolsos para o restante deste ano cresceriam a 13,4 bilhões de
dólares, ante 6 bilhões de dólares sob o acordo atual, disse ela.
Sujeito
à aprovação do board do FMI, o financiamento sob o novo acordo não será
mais discricionário, mas ficará imediatamente disponível para o
governo, disse Christine.

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