Putin vence eleições presidenciais de forma esmagadora

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Putin disse aos seus simpatizantes, reunidos nas imediações do
Kremlin, que via na vitória “a confiança e a esperança” do povo russo.
“Vamos trabalhar duro, de forma responsável e eficiente”, assegurou.   

Além
disso, prosseguiu, “vejo o reconhecimento do fato de que muitas coisas
foram realizadas em condições muito difíceis”. Durante o atual mandato
de Putin, os preços do petróleo desabaram, provocando escassez de
divisas, o que se somou às sanções do Ocidente pela anexação russa da
Crimeia.  

Em seu discurso, Putin voltou a se dirigir ao Ocidente e
afirmou que as acusações conta a Rússia pelo envenenamento, em Londres,
de um ex-espião duplo desertor “são mentiras, lixo, bobagens” e
assegurou que seu país “destruiu todas as armas químicas” de que
dispunha, conforme os tratados internacionais.  

Após o fechamento
das últimas seções eleitorais no enclave russo de Kaliningrado, na
região central da Europa, a primeira pesquisa do instituto oficial
VTSiOM antecipou a vitória do presidente com 73,9% dos votos, um
resultado muito melhor ao dos 63,6% obtidos em 2012.    

Mas seu
principal opositor, Alexei Navalny, impedido de disputar as eleições por
uma condenação judicial, acusou o Kremlin de aumentar artificialmente a
mobilização, preenchendo as urnas ou organizando o transporte maciço de
eleitores às seções eleitorais.  

“Precisam de participação. O
resultado é que a vitória de Putin com mais de 70% [dos votos] se
decidiu de antemão”, disse Navalny à imprensa, assegurando que a
participação real foi inferior à de 2012.   

A ONG Golos,
especializada em vigilância eleitoral, disponibilizou um mapa das
fraudes em seu site na internet, no qual denunciou mais de 2.700
irregularidades como o preenchimento de urnas, votos múltiplos ou
obstáculos ao trabalho dos observadores.  

A presidente da
Comissão Eleitoral, Ella Pamfilova, considerou, no entanto, que as
irregularidades comprovadas foram “relativamente baixas” e acrescentou
que a votação foi transparente.   

“Está claro que as eleições não são justas”, disse o comunista Grudinin, citado pela agência de notícias Interfax.   
As
autoridades fizeram uma campanha maciça de informação e incitação ao
voto, facilitando a participação fora das circunscrições de residência,
mas também, segundo a imprensa, pressionando funcionários públicos e
estudantes a votar. 

Segundo militantes da oposição, a Polícia transportou eleitores de ônibus até as seções.  
– Estabilidade –
O
grande ausente nas eleições presidenciais, Navalny, não pôde participar
do pleito devido a uma condenação por desvio de verbas, o que denuncia
como uma manobra orquestrada pelo governo.  

O popular blogueiro,
que tem uma base fiel de seguidores em todo o país, havia convocado o
boicote das eleições e enviado mais de 33.000 observadores às seções
eleitorais.  

Putin é elogiado por ter devolvido a estabilidade ao
país, após a caótica década de 1990, embora, segundo seus detratores,
tenha sido às custas das liberdades individuais.  

“Nos últimos
quatro anos, tivemos as sanções (ocidentais), mas também construímos
muito, novas fábricas abriram, a inflação é baixa”, explicou à AFP Olga
Matiunina, eleitora de Putin, de 65 anos.  

“Todo mundo sabe que
será eleito. Não dá mais vontade (de ir votar) e temos a sensação de que
nada depende de nós”, reclamou, por outro lado, Boris, de 39 anos,
entrevistado em São Petersburgo. 

– Voto bloqueado na Ucrânia –
A
última semana de campanha foi marcada por um novo pico de tensão entre
Moscou e o Ocidente, devido ao envenenamento, na Inglaterra, do
ex-agente duplo Serguei Skripal e sua filha, Yulia. 

Moscou anunciou no sábado a expulsão de 23 diplomatas britânicos, em represália a uma medida similar adotada por Londres. 
A
eleição foi celebrada simbolicamente quatro após após a ratificação da
anexação da Crimeia à Rússia, decidida após um referendo considerado
ilegal por Kiev e pelas potências ocidentais. 

Kiev bloqueou o
voto de eleitores russos estabelecidos na Ucrânia. Dezenas de policiais e
militantes nacionalistas bloqueavam neste domingo o acesso aos
consulados russos em várias cidades. 

Campanha CLDF
Campanha-CLDF

 

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